Nesta primeira edição do Mímesis, fui uma das repórteres. Acompanhada de minha colega, Luiza Adorna,
apresentamos o quadro Fora de Casa que, junto com as repórteres, também
estreava no programa. O Fora de Casa foi
pensado como algo em que o pessoal de casa (que reside em Santa Cruz do Sul) pudesse conhecer
os dois lados, o positivo e o negativo, daqueles estudantes que saem da casa
dos pais para buscar um novo objetivo: cursar a faculdade e se tornar
independente.
Para esse primeiro episódio eu, a Luiza e mais todos os outros
componentes do grupo, resolvemos abordar a rotina dos moradores das famosas
pensões para estudantes. A escolha dos cases
não foi nada difícil, até porquê a maioria dos acadêmicos, mora em alguma
pensão. Depois de seis possíveis entrevistados, optamos por dois nomes. Duas
pessoas não é um número pequeno, não. E só para constar 3min e 30seg é um tempo
terrivelmente curto quando se trata de televisão, ainda mais quando temos duas
belas histórias para contar. Pois bem, Lhuanna e Daniel seriam nossas apostas.
Daniel veio de Venâncio Aires, aproximadamente, 30min de viagem. Já Lhuanna
veio de Goiás há quilômetros de distância.
Confesso que não tivemos muitos
problemas com a gravação, exceto aquele pequeno susto que dá quando o entrevistado
liga, 1h antes do combinado, e diz que a entrevista vai ter que ser adiada. Mas,
foi só o frio na barriga mesmo, porque no final deu certo. O trabalho de
jornalista não é para qualquer um. Lembro agora da parte mais complicada de
tudo isso: quando a Lhuanna, ao ouvir sua mãe falando ao telefone o quanto
sentia sua falta, chorou. Talvez algum outro repórter, que estivesse no meu
lugar, não se emocionaria mas, eu entendo e vivo essa dorzinha que da, sentir
saudade, me comovi. Não venho de um lugar tão longe quanto Lhuanna, é até bem
pertinho, mas, mesmo assim, segurei ao máximo para não abraçar ela e ficarmos
as duas ali, chorando juntas.
Essa foi minha primeira vez como repórter, nunca
havia passado dos boletins e logo na primeira tentativa eu sou obrigada a lidar
com um acontecimento tão delicado. Enfim, depois de uma tarde na ilha de
edição, acompanhadas pelo pacientíssimo Valmor Emmel, que nos ajudou, o quadro
estava pronto e 100kg desapareceram dos nossos ombros. A experiência não
poderia ter sido melhor. Que venha a próxima edição!