quinta-feira, 16 de maio de 2013

Rouquidão gritona

Propus a mim mesma o desafio de apresentar a quarta edição do Mímesis. Sem definir se o que vinha primeiro era o medo de errar ou o desinteresse pela função, decidi superar ambas: insegurança e falta de vontade. Se estava cursando a disciplina de Produção em Telejornalismo, a oportunidade não poderia ser melhor.

Os cuidados foram muitos. Procurei me aproximar, tanto quanto possível, dos assuntos abordados nas matérias, elaborei os textos da escalada e das cabeças, mantive contato com o outro apresentador para definir os detalhes, separei a roupa de acordo com os critérios de neutralidade e absorção de luz e planejei, além da maquiagem, a forma de arrumar o cabelo.

Só não cuidei o suficiente da voz. Uns pingos de chuva e uma manhã gelada sem manta já bastaram para me deixar rouca. O aviso da regente do coral, feito há dez anos, voltou à mente como um “puxão de orelha”. Excesso de leite e chocolate prejudica as cordas vocais. Gengibre e maçã devem ser incluídos no cardápio, sem desculpas.

Mas a lembrança veio tarde demais. Ao invés de prevenir, o jeito foi tentar remediar. Mesmo com o encorajamento da Luíza Z. (produtora) e do Hélio (cinegrafista), foi difícil superar a insegurança. “E se a voz falhar? E se alguém perceber?”, questionava-me a rouquidão, aos gritos. Sim, essa chata grita. E insiste até causar incômodo, cansaço, tensão. Depois, vai embora.


Diana de Azeredo

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