sábado, 11 de maio de 2013

Para complicar um pouco

A editoria de Cultura, em uma primeira impressão, pode remeter à abordagem de temas divertidos, leves. As críticas e as resenhas, por exemplo, orientam para o consumo a ser realizado em momentos de entretenimento. Talvez, inconscientemente, o repórter de Cultura deseje “arejar” a cabeça do público.

O que se faz, então, com a pauta: uma biblioteca que ganha livros, móveis e equipamentos, mas reduz o atendimento por falta de funcionários. Isso é Cultura ou não é? Na proposta do programa, caberia esse jornalismo mais “investigativo”? O que estamos querendo é que as pessoas esqueçam suas preocupações e se distraiam com cenas “bonitas” ou que elas questionem e se incomodem?

A opção foi arriscar. Com as entrevistas agendadas, partimos eu, a Maria Regina (produtora) e o Luís (cinegrafista) para Venâncio. Conseguimos gravar os depoimentos do vice-prefeito e secretário da Cultura, da bibliotecária e de uma leitora, frequentadora do local. A denúncia em off foi comprovada: a consequência da falta de funcionários era a redução do horário de atendimento e a ausência de atividades para promover a leitura.

Qual é a função de uma biblioteca? Por que ela não está desempenhando essa função? E se ela não desempenhar essa função, qual é a interferência na vida das pessoas? Nem sempre são perguntas fáceis de fazer. Nem sempre são perguntas agradáveis de ouvir. Mas precisam ser respondidas. Ah, coisinha complicada!

Diana de Azeredo

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